domingo, 4 de julho de 2010

Ande

Você não vê que eu sou facilmente aborrecido pela persistência?
Um passo do ataque em você.
Você quer entrar debaixo de minha pele e se chamar de amigo.
Eu tenho mais amigos como você, o que eu faço?

Não há mais nenhum padrão?
Tudo o que for preciso, quem eu sou, de onde eu pertenço.
Você não pode ser algo que você não é.
Seja você mesmo, por você mesmo, fique longe de mim.
Uma lição aprendida na vida, conhecida desde o alvorecer dos tempos.

Respeite, ande.
O que você disse?
Respeite, ande.
Você está falando comigo?
Você está falando comigo?

Corra sua boca quando eu não estou por perto, isto é fácil de se executar.
Você chora pelos amigos fracos que você simpatiza.
Você pode ouvir os violinos tocando sua música?
Esses mesmos amigos me dizem todas palavras.


Sem chances!

Vamos Garotinho!

sábado, 6 de março de 2010

Teste

REPETE BEM RAPIDO:

ARA, ARA, ARA.

AGORA RESPONDE:

QUE PASSARO EH VERDE E FALA??

segunda-feira, 1 de março de 2010

Good Bye, Lênin?




Ouvia Good Bye Lênin, música de Yann Tiersen, o mesmo bretão que compôs a brilhante trilha sonora do Fabuloso destino de Amélie Poulain, quando entendi que precisava escrever sobre minha mudança de estado. Literal mudança de estado.


Saí quase da mesma forma que cheguei. Anônimo. Sem recepção. Sem despedida. Lembro que quando cheguei os únicos que me deram algum auxílio foram os solidários operários da noite, mototaxistas. Inclusive me indicaram um motelzinho barato pra passar a noite. Que me importa se depois votaram em tigres e outros animais... Operários são operários, camaradas em qualquer parte do mundo. E pra isso não é necessário assinar uma ficha.

O caso do motel merece um parêntesis. Só aconteceu porque antes disso fiquei duas semanas ligando para os camaradas oficiais, de ficha assinada, pedindo guarida, e me passavam de gabinete em gabinete, um empurrava pro outro e nada se resolveu. Não estavam nem aí. Este tipo de solidariedade não dizia respeito àqueles que estavam n’Ele, ou próximos d’Ele naquele momento. Resultado. Fui de mototáxi para o motelzinho mesmo.

Pois bem, cheguei e saí quase como o Avô e o netinho, no conto do Gorki. Meu final foi um pouco mais feliz, mas a permanência foi parecida. No caso eu era o neto. Num lugar onde sobrenome vale muito, chego eu, um Da Silva, um bastião operário, solito e forasteiro nesse rincão, sem ter sequer união civil com famílias de bem, mais abastadas, e por isso sempre fui digno de desconfiança. Por mais que eu me esforçasse, nunca perdi esse estigma. São assim as pessoas daquela terra, incontestavelmente.

Procurei Ele. Ele, que pra mim é um grande instrumento de luta, e não um fim em si. É a ação de cada um onde desenvolve suas atividades e não um grupo de pessoas iluminadas. Ele é a vanguarda. É o que há de mais avançado nesse processo de mudança social. Cheguei perto dele pela primeira vez quando era operário de chão de fábrica noutro rincão. Ele me ensinou muita coisa. Fui seu súdito jovem por onde passei.

Nessa terra não foi diferente. Servi Ele e seus súditos mais jovens, alegremente, por bastante tempo. Tirava parte considerável de meu soldo mensal para dar de comer, dar abrigo, roupa ou passagem para um ou outro jovenzinho que estivesse em dificuldades. Fiz isso porque acredito piamente no seu projeto. Chegou um tempo em que alguém que não gostava d’Ele me tirou o soldo de todos os meses. Continuei servindo-o, gastando minhas magras economias. As economias terminaram e fiz algumas dívidas, por acreditar tanto n’Ele. Só que dessa vez Ele tornou a me ensinar algo importante: nada posso fazer sozinho. Sempre precisarei dos outros que o servem também.

Pois bem, tendo aprendido essa lição fui buscar a ajuda daqueles súditos mais abastados, em condições muito melhores que as minhas. Passei a ser súdito dos súditos e para isso recebia algumas esmolas no final do mês, nunca dadas de bom grado, pois era preciso rebaixar-se um pouco mais para merecê-las, tendo que pedir. Até que chegou o dia em que as esmolas também foram negadas, e faltou abrigo, passagem e outras coisas vitais a qualquer ser humano. Não vi alternativa senão partir.

Numa noite clara peguei carona na luz da lua e parti com minhas poucas tralhas. Ao passo que me distanciava daquele lugar pensava em tudo que se passara até aquele momento e nas coisas difíceis de mudar. Eu era então um cientista com ethos de operário. Meu currículo era muito bom, mas de que havia servido até aquele momento? De que valia tanto estudo se precisava de esmolas pra viver?

É possível que nesse momento estejam novamente me acusando de falta de camaradagem, por ter partido sem esperar os mais abastados retornarem de suas férias na praia para enfim sorrir com suas esmolas. Qual camaradagem? Existem diferentes camaradagens?

Não. Pra mim não. Só existe uma camaradagem e a sensibilidade proletária só tem quem é proletário. Essa pequena burguesia infiltrada n’Ele não entende o que é não ter como pagar o aluguel, a dor que dá no estômago quando se fica sem comer, o que é ficar privado de todo e qualquer bem de consumo, mal satisfazendo as necessidades fisiológicas. Foi por isso que numa reunião de cúpula, não muito tempo atrás, pedi mais trabalhadores, mais assalariados, mais pobres na condução d’Ele, pois enquanto essa pequena burguesia insensível estiver dirigindo, tantos outros camaradas como eu que poderiam contribuir muito mais, ficarão sem espaço.

Faltou camaradagem, mas não de minha parte. Foi a mesma camaradagem que faltou quando tive que dormir naquele motelzinho barato.

Não fosse a minha convicção no projeto d’Ele, vacilaria e acreditaria num Adeus Lênin. Mas nunca. Por tudo que vivi nesses últimos tempos acredito que Lênin deve estar mais presente, ensinando a todos o verdadeiro sentido da palavra camarada.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

I want a Line

 


Eu quero uma linha. Algo que me oriente aqui nesse ocidente. Mesmo que seja ontem ou amanhã, mas que seja. Que seja essa procura, essa espera. Que seja.
Permita-me citar Belchior, pois "talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completará o meu destino..."
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar, meu coração, cuidado, é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela".

E as paralelas... essas linhas que insistem em não se encontrar. Que seja ao menos tangente, ou um amor perpendicular, que cruze minha vida como o trem diário. Eu quero uma linha. Uma linha.

Preso às correntes do meu silêncio peço ao Vitor que me empreste suas palavras, para fazê-las minhas por um pequeno instante, enquanto não encontro minha linha...

Sem uma linha eu... eu...
To vivendo em outra dimensão
Longe de você
Habitando o fundo de um vulcão
que eu domestiquei

Todo dia deixo o sol entrar
mas a luz não vem
A janela em mim é tão brutal
Causa esse desdém

Meu relógio em outra dimensão
corre de você
Solto o pensamento num tufão
Finjo que pensei

Todo dia o dia quer passar
mas o fim não vem
A espera é sempre tão brutal
Tudo se mantém

Acredito em outra dimensão
Longe de você
Lava, fogo, cinzas, solidão
Já me acostumei

Todo dia passo te encontrar
mas você não vem
O deserto em volta é tão brutal
Sempre te detém
Sempre te detém
Sempre te detém
Sempre te detém

(Longe de Você - Vitor Ramil)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Com ela




Não sei se é minha consciência ou uma amiga imaginária, mas sempre tive a sensação de ficar o dia todo conversando com alguém que eu não enxergo. Tudo que eu faço, tudo que eu vejo e sinto ela fica sabendo. Todos os meus dilemas e minhas angústias eu sempre divido com ela, e foram raros os momentos em que reclamou disso. Quando eu era criança costumava dar muita atenção a ela e ao que ela me ensinava, mesmo que não fosse exatamente o que o tal de mundo real considerava certo. Essa nossa experiência silenciosa desbravava terrenos nunca antes vistos, conhecia objetos, pessoas e palavras, dando significados muito particulares a tudo que era perceptível.

Um dia fui obrigado a ir para a escola. Quando fui matriculado já estava com quase seis anos, e tive que ir direto para a pré-escola para desenvolver a sociabilidade. A escola era grande e havia muitas crianças, a maioria urbana e de vida muito diferente da que eu até então conhecera. As únicas aglomerações de pessoas que já tinha presenciado eram as poucas festas ou velórios na comunidadeonde morava antes. Pouquíssimas vezes. Não entendia de onde saiam tantas crianças. Eu que estava mais acostumado ao silêncio de lá e praticamente só conversava com uma pessoa: ela.

Nos primeiros tempos de escola ela foi uma companheira importante. Observava comigo as outras crianças e seus comportamentos e aquela figura distante que era a professora. Um dia, numa aula de alfabetização a professora mudou. A professora da outra turma nos deu aula, só naquele dia. Além da pessoa fisicamente diferente ela também tinha uma forma diferente de escrever no quadro. Ela usava letras garrafais e eu só conhecia a letra redondinha da outra professora. Principalmente a letra ‘o’, que tinha uma voltinha que passava por dentro da letra, mais na parte de cima, e parecia o rosto de uma menina com o cabelo penteado para o lado. Se duvida que parece, pode escrever aí num caderno pra ver. Pra mim parecia. Pois bem, a nova professora escreveu um ‘o’ que parecia um zero. Não tinha a voltinha no meio. O resultado disso foi que todas as palavras que continham a letra ‘o’ ficaram inelegíveis para mim, porque não fazia sentido um zero no meio das palavras. Copiei todo o texto do quadro negro como alguém que desenha, sem entender nada do que estava fazendo. Eu e ela passamos dias e dias tentando resolver aquele enigma até que a professora habitual nos mostrou as outras formas de escrever, entre elas as letras garrafais, e lá estava o ‘o’, sem a voltinha por dentro. Foi uma das descobertas mais significativas que fizemos naquele período.

Se você não entende o significado dessa vitória é porque já se esqueceu de você mesmo. Todas as conquistas eram muito importantes e recebiam o tratamento merecido. Ela me disse que é assim que os homens são formados.

Ainda não entendi porque tive que deixar de ser criança. Fui crescendo e comecei a contrariá-la. Na adolescência, que terminou faz pouco, debatíamos sobre qual seria a forma mais correta de agir diante de determinada situação, e eu acabava fazendo tudo ao contrário do que havíamos planejado. Acho que algumas vezes eu ignorei completamente o que ela me dizia. Possivelmente essas foram as vezes que me dei mal. Em muitos casos estávamos planejando alguma coisa e em função de um determinado acontecimento eu largava tudo e saía, sem considerar o que havia discutido com ela. Depois ela voltava, com sua paciência e resignação, e me ensinava o significado e as conseqüências do que chamam de erro. Em conseqüência disso ela sentiu medo, angustia ou desespero junto comigo.

Ela continua comigo. Acho que nasceu comigo e recebeu a tarefa de me acompanhar por toda a vida. As vezes me cobra por um erro cometido aqui, uma falta ali, um desleixo acolá, e isso é bom. Ela me faz crescer de um jeito diferente, e me incentiva a acompanhá-la nas suas aventuras, a aprender coisas novas. E me diz que logo saberei o suficiente da vida, ao ponto de entender que as coisas mais sérias são aquelas que recebem a mesma carga de significados que uma criança consegue dar. Então serei um adulto de verdade.

Foi ela que me pediu esse texto.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quadrinhos....


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lista

10 caracteristicas dos Preguiçosos:


1. Nunca acabam a tarefa que estão fazendo;


2.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pombos

Pombos são como humanos:

Se amontoam e brigam pelo resto q lhes é jogado;
Se aninham e procriam sobre porcarias, em bandos, qndo poderiam alçar vôo para lugares inimagináveis;
Enfim, os pombos são:

ESTÚPIDOS!!!!!


Agora Chega!!!

Olá,
Para vcs q se assustaram ou se preocuparam com o título, não se preocupem.
Eu ñ estou nervoso com nada.
Apenas coloquei essa frase para enfatizar a mudança que vai ocorrer no blog.
A partir de hoje, os textos críticos não vão ser + tão frequentes.
Eu vou colocar mais textos de humor.
Mas tambem vou postar algumas reflexões.

Mto obrigado a vc q esta me acompanhando desde o início, que foi á uma hora atras.

Eu peço q enviem sugentões e crticas para q juntos possamos melhorar este blog.

Abraços e Felicidades a todos.


Nossa, que novidade…

Mãe de meninas mortas em Angra está ‘deprimida e chorosa’, diz hospital

Mãe das meninas Gabriela, de 9 anos, e Geovana Repetto, de 12, que morreram com os tios no deslizamento de terra na Praia do Bananal, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, Cláudia Cristine Ribaski Brazil Repetto, que sobreviveu à tragédia, está “deprimida e chorosa“.

Ah é??

_____________________________
Farei um update aqui mesmo:

Eu to viajando, de férias e um pouco por fora das conseqüências dos acontecimentos aí. Mas lí sobre todos os desabamentos, catástrofes e mortes.

A minha crítica era com o título da notícia e só. Mas vocês conseguem transformar o negócio num problema estratosférico. É lógico que não vou brincar com o sentimento e nem com a morte de ninguém. Por isso é óbvio que qualquer mãe ficaria triste, “deprimida” e “chorosa”.

Daí o meu “ah é?”.

Eu não sei como vocês conseguem ver tantos desdobramentos num simples “ah é” que escrevi que não fosse pro título óbvio da notícia. Era só isso.

Primeiro Post (Espero q ñ seja o último =) )

Olá caros bloggers;
Primeiramente gostaria de me apresentar:
Dionatan Vieira, prazer.

Essas ferias monótonas me motivaram a blogar aqui.
Natal, ano novo, tanta espectativa e agora estamos aqui, dia 07/10/2010.
Em vez de termos festa, em Angra dos Reis tivemos velórios.
Me digam: Qual é o sentido de tantas comemorações???

Até agora vcs devem estar me achando um mala.
Pois bem, se vc tira conclusões precipitadas: SUMA DAQUI!!!! :@

Aos que ficaram: Mto Obrigado e Curtam mto :P

OBS: Aos que devem estar se perguntando o que eu vou postar daqui em diante, vejam e aprendam.

Abraços a todos